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O que e´construção civil

DEIVID

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

MEIO AMBIENTE

Margem de rodovia é usada para descarte de entulho
MEIO AMBIENTE — Rio Pardo tem trecho assoreado devido a restos de construção civil, que continuam sendo lançados perto de zona degradada
Apesar da degradação ambiental que o entulho de construção civil provoca no rio Pardo, o descarte desse material continua, possivelmente de forma clandestina, na margem da rodovia SP-225 sem o mínimo controle. Nas proximidades do Pardo tem até depósito com caçambas no trecho rural da Chácara Peixe, loteamento não legalizado. Um dos pontos mais críticos é um assoreamento próximo da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB). Parte do rio foi invadida pelo acúmulo de areia e entulhos, diminuindo a velocidade da vazão do rio.Laudo do Departamento de Proteção dos Recursos Naturais (DPRN) confirma o estado de deterioração. O órgão esteve no local quatro vezes em 2003. O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar a degradação ambiental.A prefeitura faz vistas grossas ao lançamento de entulhos. Até o momento, na elaboração do anteprojeto do Plano Diretor, não há discussão de medidas mais rigorosas para proibir o lançamento de entulho próximo do rio Pardo. Essa medida seria a mais eficaz para suspender a emissão dos entulhos, que provoca degradação ambiental.O assoreamento já dura mais de três anos e tem recebido atenção do Ministério Público, mas a dificuldade é encontrar a solução final. O despejo de entulho começou na Chácara Peixe para conter uma grande erosão, que avançava nas margens da SP-225. Com a chuva, o entulho foi levado pela enxurrada para a beira do rio.No início de 2003, a Companhia de Desenvolvimento Santacruzense (Codesan) esboçou um plano para tentar resolver o problema. A idéia seria retirar, com uma draga, a “ilha” de entulhos. O Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (Deprn) alertou que, para retirar os entulhos, seria necessário desmatar a área ao redor do local — ocasionando outro problema ambiental. A idéia foi descartada, mas não se buscou uma solução para suspender o descarte de entulho nessa região do Pardo.A estatal santa-cruzense fez um serviço de contenção na frente da tubulação sob a SP-225, por onde escoam os entulhos para a parte mais baixa do terreno, chegando até o rio. O Departamento de Estradas de Rodagens (DER) também tem sido responsabilizado por não ter feito obras que permitissem o escoamento da água pluvial para o Pardo.A “ilha” de entulhos ainda continua tomando conta do rio. Do viaduto da SP-225 sobre o rio, é possível visualizar que as duas margens do rio quase se juntam devido à degradação.A promotor do Meio Ambiente, Vladimir Brega, disse que aguarda o resultado de uma negociação entre o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), a prefeitura e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para a implantação de galerias pluviais na Chácara Peixe — medida que resolveria o problema, mas depende de recursos do Estado. “Não adianta só retirar o entulho, antes é preciso canalizar toda a água que vem da Chácara Peixe”, disse o promotor. A prefeitura alega falta de recursos para fazer a obra na Chácara Peixe.Remoção — O supervisor do DPRN de Ourinhos, Antonio Augusto de Almeida, confirma que a remoção do entulho da área degradada pode trazer mais problemas ambientais do que solução, porque seria necessário desmatar a mata ciliar para que as máquinas chegassem ao ponto degradado para retirar o entulho.Almeida diz que o próprio rio se adapta à conseqüência provocada pelo homem, ao diminuir a vazão naquele ponto, mas é importante suspender a possibilidade de novos descartes de entulho nas imediações.Embora não seja da competência do DPRN, Almeida já esteve no local onde existe um pequeno depósito de entulho. Segundo ele, está fora da área de proteção ambiental, mas caberia à prefeitura fiscalizar. “Seria melhor remover qualquer possibilidade de novo impacto ambiental”, disse o supervisor. No caso de entulho, a competência seria da Cetesb.Na opinião do supervisor, a remoção do entulho é a última etapa. Antes, deve-se buscar a regularização do loteamento — a Chácara Peixe é clandestina. Para atender as exigências, será necessário tomar uma série de providências para diminuir os possível impactos ambientais.O assoreamento do rio Pardo também ocorreu em outros pontos do município. Um deles está localizado nas proximidades do Banespinha, devido ao lançamento inadequado de entulho para tapar a erosão da estrada que passa pelo frigorífico Itajara. Depois que a região ganhou galerias, na gestão de Clóvis Guimarães Teixeira Coelho, não houve mais a degradação, mas os entulhos ficaram no rio e não foram removidos.A maior parte do material é constituída de tijolos e restos de material de construção levados pela enxurrada. O terreno que margeia o rio tem declividade, facilitando, quando chove demais, a enxurrada levar os entulhos da erosão da Chácara Peixe até o rio. A prefeitura de Santa Cruz vem jogando há vários anos entulhos de material de construção num enorme buraco que vem se formando.

MEIO AMBIENTE

Margem de rodovia é usada para descarte de entulho
MEIO AMBIENTE — Rio Pardo tem trecho assoreado devido a restos de construção civil, que continuam sendo lançados perto de zona degradada
Apesar da degradação ambiental que o entulho de construção civil provoca no rio Pardo, o descarte desse material continua, possivelmente de forma clandestina, na margem da rodovia SP-225 sem o mínimo controle. Nas proximidades do Pardo tem até depósito com caçambas no trecho rural da Chácara Peixe, loteamento não legalizado. Um dos pontos mais críticos é um assoreamento próximo da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB). Parte do rio foi invadida pelo acúmulo de areia e entulhos, diminuindo a velocidade da vazão do rio.Laudo do Departamento de Proteção dos Recursos Naturais (DPRN) confirma o estado de deterioração. O órgão esteve no local quatro vezes em 2003. O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar a degradação ambiental.A prefeitura faz vistas grossas ao lançamento de entulhos. Até o momento, na elaboração do anteprojeto do Plano Diretor, não há discussão de medidas mais rigorosas para proibir o lançamento de entulho próximo do rio Pardo. Essa medida seria a mais eficaz para suspender a emissão dos entulhos, que provoca degradação ambiental.O assoreamento já dura mais de três anos e tem recebido atenção do Ministério Público, mas a dificuldade é encontrar a solução final. O despejo de entulho começou na Chácara Peixe para conter uma grande erosão, que avançava nas margens da SP-225. Com a chuva, o entulho foi levado pela enxurrada para a beira do rio.No início de 2003, a Companhia de Desenvolvimento Santacruzense (Codesan) esboçou um plano para tentar resolver o problema. A idéia seria retirar, com uma draga, a “ilha” de entulhos. O Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (Deprn) alertou que, para retirar os entulhos, seria necessário desmatar a área ao redor do local — ocasionando outro problema ambiental. A idéia foi descartada, mas não se buscou uma solução para suspender o descarte de entulho nessa região do Pardo.A estatal santa-cruzense fez um serviço de contenção na frente da tubulação sob a SP-225, por onde escoam os entulhos para a parte mais baixa do terreno, chegando até o rio. O Departamento de Estradas de Rodagens (DER) também tem sido responsabilizado por não ter feito obras que permitissem o escoamento da água pluvial para o Pardo.A “ilha” de entulhos ainda continua tomando conta do rio. Do viaduto da SP-225 sobre o rio, é possível visualizar que as duas margens do rio quase se juntam devido à degradação.A promotor do Meio Ambiente, Vladimir Brega, disse que aguarda o resultado de uma negociação entre o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), a prefeitura e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para a implantação de galerias pluviais na Chácara Peixe — medida que resolveria o problema, mas depende de recursos do Estado. “Não adianta só retirar o entulho, antes é preciso canalizar toda a água que vem da Chácara Peixe”, disse o promotor. A prefeitura alega falta de recursos para fazer a obra na Chácara Peixe.Remoção — O supervisor do DPRN de Ourinhos, Antonio Augusto de Almeida, confirma que a remoção do entulho da área degradada pode trazer mais problemas ambientais do que solução, porque seria necessário desmatar a mata ciliar para que as máquinas chegassem ao ponto degradado para retirar o entulho.Almeida diz que o próprio rio se adapta à conseqüência provocada pelo homem, ao diminuir a vazão naquele ponto, mas é importante suspender a possibilidade de novos descartes de entulho nas imediações.Embora não seja da competência do DPRN, Almeida já esteve no local onde existe um pequeno depósito de entulho. Segundo ele, está fora da área de proteção ambiental, mas caberia à prefeitura fiscalizar. “Seria melhor remover qualquer possibilidade de novo impacto ambiental”, disse o supervisor. No caso de entulho, a competência seria da Cetesb.Na opinião do supervisor, a remoção do entulho é a última etapa. Antes, deve-se buscar a regularização do loteamento — a Chácara Peixe é clandestina. Para atender as exigências, será necessário tomar uma série de providências para diminuir os possível impactos ambientais.O assoreamento do rio Pardo também ocorreu em outros pontos do município. Um deles está localizado nas proximidades do Banespinha, devido ao lançamento inadequado de entulho para tapar a erosão da estrada que passa pelo frigorífico Itajara. Depois que a região ganhou galerias, na gestão de Clóvis Guimarães Teixeira Coelho, não houve mais a degradação, mas os entulhos ficaram no rio e não foram removidos.A maior parte do material é constituída de tijolos e restos de material de construção levados pela enxurrada. O terreno que margeia o rio tem declividade, facilitando, quando chove demais, a enxurrada levar os entulhos da erosão da Chácara Peixe até o rio. A prefeitura de Santa Cruz vem jogando há vários anos entulhos de material de construção num enorme buraco que vem se formando.

MEIO AMBIENTE

Margem de rodovia é usada para descarte de entulho
MEIO AMBIENTE — Rio Pardo tem trecho assoreado devido a restos de construção civil, que continuam sendo lançados perto de zona degradada
Apesar da degradação ambiental que o entulho de construção civil provoca no rio Pardo, o descarte desse material continua, possivelmente de forma clandestina, na margem da rodovia SP-225 sem o mínimo controle. Nas proximidades do Pardo tem até depósito com caçambas no trecho rural da Chácara Peixe, loteamento não legalizado. Um dos pontos mais críticos é um assoreamento próximo da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB). Parte do rio foi invadida pelo acúmulo de areia e entulhos, diminuindo a velocidade da vazão do rio.Laudo do Departamento de Proteção dos Recursos Naturais (DPRN) confirma o estado de deterioração. O órgão esteve no local quatro vezes em 2003. O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar a degradação ambiental.A prefeitura faz vistas grossas ao lançamento de entulhos. Até o momento, na elaboração do anteprojeto do Plano Diretor, não há discussão de medidas mais rigorosas para proibir o lançamento de entulho próximo do rio Pardo. Essa medida seria a mais eficaz para suspender a emissão dos entulhos, que provoca degradação ambiental.O assoreamento já dura mais de três anos e tem recebido atenção do Ministério Público, mas a dificuldade é encontrar a solução final. O despejo de entulho começou na Chácara Peixe para conter uma grande erosão, que avançava nas margens da SP-225. Com a chuva, o entulho foi levado pela enxurrada para a beira do rio.No início de 2003, a Companhia de Desenvolvimento Santacruzense (Codesan) esboçou um plano para tentar resolver o problema. A idéia seria retirar, com uma draga, a “ilha” de entulhos. O Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais (Deprn) alertou que, para retirar os entulhos, seria necessário desmatar a área ao redor do local — ocasionando outro problema ambiental. A idéia foi descartada, mas não se buscou uma solução para suspender o descarte de entulho nessa região do Pardo.A estatal santa-cruzense fez um serviço de contenção na frente da tubulação sob a SP-225, por onde escoam os entulhos para a parte mais baixa do terreno, chegando até o rio. O Departamento de Estradas de Rodagens (DER) também tem sido responsabilizado por não ter feito obras que permitissem o escoamento da água pluvial para o Pardo.A “ilha” de entulhos ainda continua tomando conta do rio. Do viaduto da SP-225 sobre o rio, é possível visualizar que as duas margens do rio quase se juntam devido à degradação.A promotor do Meio Ambiente, Vladimir Brega, disse que aguarda o resultado de uma negociação entre o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), a prefeitura e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para a implantação de galerias pluviais na Chácara Peixe — medida que resolveria o problema, mas depende de recursos do Estado. “Não adianta só retirar o entulho, antes é preciso canalizar toda a água que vem da Chácara Peixe”, disse o promotor. A prefeitura alega falta de recursos para fazer a obra na Chácara Peixe.Remoção — O supervisor do DPRN de Ourinhos, Antonio Augusto de Almeida, confirma que a remoção do entulho da área degradada pode trazer mais problemas ambientais do que solução, porque seria necessário desmatar a mata ciliar para que as máquinas chegassem ao ponto degradado para retirar o entulho.Almeida diz que o próprio rio se adapta à conseqüência provocada pelo homem, ao diminuir a vazão naquele ponto, mas é importante suspender a possibilidade de novos descartes de entulho nas imediações.Embora não seja da competência do DPRN, Almeida já esteve no local onde existe um pequeno depósito de entulho. Segundo ele, está fora da área de proteção ambiental, mas caberia à prefeitura fiscalizar. “Seria melhor remover qualquer possibilidade de novo impacto ambiental”, disse o supervisor. No caso de entulho, a competência seria da Cetesb.Na opinião do supervisor, a remoção do entulho é a última etapa. Antes, deve-se buscar a regularização do loteamento — a Chácara Peixe é clandestina. Para atender as exigências, será necessário tomar uma série de providências para diminuir os possível impactos ambientais.O assoreamento do rio Pardo também ocorreu em outros pontos do município. Um deles está localizado nas proximidades do Banespinha, devido ao lançamento inadequado de entulho para tapar a erosão da estrada que passa pelo frigorífico Itajara. Depois que a região ganhou galerias, na gestão de Clóvis Guimarães Teixeira Coelho, não houve mais a degradação, mas os entulhos ficaram no rio e não foram removidos.A maior parte do material é constituída de tijolos e restos de material de construção levados pela enxurrada. O terreno que margeia o rio tem declividade, facilitando, quando chove demais, a enxurrada levar os entulhos da erosão da Chácara Peixe até o rio. A prefeitura de Santa Cruz vem jogando há vários anos entulhos de material de construção num enorme buraco que vem se formando.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

QUANTIDADE DE RESÍDUO GERADO

QUANTIDADE DE RESÍDUO GERADO
De maneira geral a massa de resíduos de construção gerada nas cidades é igual ou maior que
a massa de resíduo domiciliar. PINTO (1999) estimou que em cidades brasileiras de médio e
1 Pode ser traduzida como Lei de Conservação e Reciclagem de Recursos.
JOHN & AGOPYAN
3
grande porte a massa de resíduos gerados varia entre 41% (Salvador, BA) a 70% da massa
total de resíduos sólidos urbanos.
As estimativas internacionais variam entre 130 e 3000 kg/hab.ano. Para o Brasil as
estimativas de PINTO (1999) e de outros autores para cidades de Jundiaí, Santo André, São
José dos Campos, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Campinas, Salvador e Vitória da
Conquista, variam entre 230 kg/hab.ano para esta última até 760 kg/hab.ano para a primeira.
Nesta amostra a mediana foi 510 kg/hab.ano, valor coerente com as estimativas estrangeiras
(Tabela 1). Já a estimativa da Prefeitura Municipal de São Paulo a partir dos dados de BRITO
(1999) é de aproximadamente 280 kg/hab.ano. A metodologia desta estimativa, no entanto, é
desconhecida e parte de um pressuposto que a prefeitura municipal gerencia 40% do RCD
gerado. Na Tabela 1 pode-se observar a grande variabilidade das estimativas apresentadas por
diferentes fontes para um mesmo país. Uma das razões da grande variabilidade é a
classificação do que é considerado resíduo de construção. Alguns autores incluem a remoção
de solos, enquanto outros excluem este valor. Outras razões decorrem da importância relativa
da atividade de construção, da tecnologia empregada, da idade dos edifícios, entre outros.
Certamente os dados nacionais necessitam ser validados a partir de uma metodologia única.
Tabela 1 – Estimativas de geração de resíduos de construção civil (a partir de JOHN, 2000)
Quantidade Anual
País
Mton/ano Kg/hab.
Fonte
Suécia 1,2 – 6 136 – 680 TOLSTOY, BÖRKLUND & CARLSON (1998); EU (1999)
Holanda 12,8 –20,2 820 – 1300 LAURITZEN (1998); BROSSINK; BROUWERS & VAN
KESSEL (1996); EU (1999)
EUA 136 – 171 463 – 584 EPA (1998); PENG, GROSSKOPF, KIBERT (1994)
UK 50 – 70 880 a 1120 DETR (1998); LAURITZEN (1998)
Bélgica 7,5 – 34,7 735 – 3359
Dinamarca 2,3 – 10,7 440 –2010
Itália 35-40 600-690
Alemanha 79-300 963-3658
LAURITZEN (1998), EU (1999)
Japão 99 785 KASAI (1998)
Portugal 3,2 325 EU (1999)
Brasil Na 230-660 PINTO (1999)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O APROVEITAMENTO E A RECICLAGEMDE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO

ENTULHO
O APROVEITAMENTO E A RECICLAGEMDE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um indicador do desperdício de materiais.
Os resíduos de construção e demolição consistem em concreto, estuque, telhas, metais, madeira, gesso, aglomerados, pedras, carpetes, etc. Muitos desses materiais e a maior parte do asfalto e do concreto utilizado em obras podem ser reciclados. Esta reciclagem pode tornar o custo de uma obra mais baixo e diminuir também o custo de sua disposição.
O entulho muitas vezes é gerado por deficiências no processo da construção, como falhas ou omissões na elaboração dos projetos e na sua execução, má qualidade dos materiais empregados, das perdas no transporte e armazenamento, má manipulação por parte da mão de obra, além da substituição de componentes pela reforma ou reconstrução. A melhoria no gerenciamento e controle de obras públicas e também trabalhos conjuntos com empresas e trabalhadores da construção civil podem contribuir para atenuar este desperdício.
Na maioria das vezes, o entulho é retirado da obra e disposto clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de rios e de ruas das periferias. O custo social e ambiental disto foge aos controle dos cálculos, apesar de suas conseqüências serem permanentemente notáveis. Percebe-se a degradação da qualidade de vida urbana em aspectos como transportes, enchentes, poluição visual, proliferação de vetores de doenças, entre outros. De um jeito ou de outro, toda a sociedade sofre com a deposição irregular de entulho.
O entulho é um resíduo de grande volume, ocupando portanto muito espaço nos aterros; seu transporte, em função não só do volume mas do peso, torna-se caro. A reciclagem e o reaproveitamento do entulho é, portanto, de fundamental importância para o controle e minimização dos problemas ambientais causados pela geração de resíduos.
DIFERENTES APLICAÇÕES
As propriedades de certos resíduos ou materiais secundários possibilitam sua aplicação na construção civil de maneira abrangente, em substituição parcial ou total da matéria-prima utilizada como insumo convencional. No entanto, devem ser submetidos a uma avaliação do risco de contaminação ambiental que seu uso poderá ocasionar durante o ciclo de vida do material e após sua destinação final.
• Grandes pedaços de concreto podem ser aplicados como material de contenção para prevenção de processos erosivos na orla marítima e das correntes, ou usado em projetos como desenvolvimento de recifes artificiais.
• O entulho triturado pode ser utilizado em pavimentação de estradas, enchimento de fundações de construção e aterro de vias de acesso.
Importante: em alguns países já há indicação das autoridades de saúde para cuidados a serem tomados quando da manipulação de asfalto, por existirem materiais potencialmente cancerígenos. É recomendado o uso de equipamento pessoal de proteção.
COLETA
Para resolver o problema do entulho é preciso organizar um sistema de coleta eficiente, minimizando o problema da deposição clandestina. Além de estimular, é necessário facilitar o acesso a locais de deposição regular estabelecidos pela prefeitura. A partir de uma coleta eficaz é possível introduzir práticas de reciclagem para o reaproveitamento do entulho.
Para grandes cidades, é importante que a coleta de entulho seja realizada de forma descentralizada, com instalações de recebimento em várias regiões da cidade. Por outro lado, a concentração dos resíduos torna mais barata a sua reciclagem, reduzindo os gastos com transporte, que, em geral, é a variável mais importante num processo de reciclagem.
Estima-se que a construção civil seja responsável por até 50% do uso de recursos naturais em nossa sociedade, dependendo da tecnologia utilizada. Sabe-se também que, na construção de um edifício, o transporte e a fabricação dos materiais representam aproximadamente 80% da energia gasta.
VANTAGENS ECONÔMICAS
A reciclagem pode ser mais barata do que a disposição dos rejeitos, além de ter o potencial de tornar o preço de uma obra mais convidativo.
ð Para a administração municipal, este custo está em torno de US$ 10 por metro cúbico clandestinamente depositado, aproximadamente, incluindo a correção da deposição e o controle de doenças. Estima-se que o custo da reciclagem signifique 25% desse custo.
ð A produção de agregados com base no entulho pode gerar economias de mais de 80% em relação aos preços dos agregados convencionais.
ð A partir deste material é possível fabricar componentes com uma economia de até 70% em relação a similares com matéria-prima não reciclada.
O entulho deve ser visto como fonte de materiais de grande utilidade para a construção civil. Seu uso mais tradicional - em aterros - nem sempre é o mais racional, pois ele serve também para substituir mate-riais normalmente extraídos de jazidas ou pode se transformar em matéria-prima para componentes de construção, de qualidade comparável aos materiais tradicionais.
A construção civil é atualmente o grande reciclador de resíduos provenientes de outras indústrias. A escória granulada de alto forno e cinzas são matéria prima comum nas construções.
EXPERIÊNCIAS
Nos EUA, Japão, França, Itália, Inglaterra e Alemanha e outros países a reciclagem de entulho já se consolidou, com centenas de unidades instaladas. No Brasil, o reaproveitamento do entulho é restrito, praticamente, à sua utilização como material para aterro e, em muito menor escala, à conservação de estradas de terra.
ALGUNS MUNICÍPIOS BRASILEIROS QUE JÁ GERENCIAM ESTE TIPO DE RESÍDUO
SÃO PAULO
A prefeitura implantou, em 1991, uma usina de reciclagem com capacidade para 100 toneladas/hora, produzindo material utilizado como sub-base para pavimentação de vias secundárias, numa experiência pioneira no Hemisfério Sul.
LONDRINA
Em 1994 foi inaugurada a Central de Moagem de Entulhos, sendo a primeira cidade do Paraná a dar este passo.
A Central iniciou sua produção com mais de 1.000 tijolos/dia, destinados para a construção de casas populares, e que são produzidos até hoje. Além do reaproveitamento, os quase 4 mil pontos de despejos de entulho detectados no município foram praticamente extintos. Hoje chegam à Central cerca de 100 caminhões de entulho por dia – 300 toneladas em média (das cerca de 400 toneladas produzidas diariamente na cidade); 10 a 15% delas são processadas e viram brita e o restante é reaproveitado em pavimentações diversas, como calçamento de praças e logradouros públicos. [COMURB – tel.: (043) 336-5544; AMA (Autarquia do Meio Ambiente) – tel.: (043) 337-4132 / tecnico.ama@londrina.pr.gov.br ; Central de Moagem – tel.: (043) 326-6003]
BELO HORIZONTE
Cerca de 50% dos resíduos coletados diariamente em Belo Horizonte são entulho da construção civil. Em consequência disso a SLU criou e implantou o Projeto da Reciclagem de Entulho, com o objetivo de eliminar pontos clandestinos de descarte, garantir maior vida útil ao Aterro Sanitário, gerar material de construção alternativo a baixo custo para ser utilizado em substituição a materiais convencionais, contar com a participação da população na entrega de entulho nas unidades de recebimento apropriadas e solucionar o problema dos pequenos geradores através da distribuição no município de Pontos de Entrega Voluntária de Entulho. Belo Horizonte conta hoje com duas Unidades de Reciclagem de Entulho, localizadas nos bairros Estoril e Pampulha, com capacidade de processamento de 120 e 240 toneladas/dia, respectivamente (em 1998).
RIBEIRÃO PRETO
A cidade produz, em média, 900 toneladas de entulho por dia; 25% desse material são operados na Usina de Reciclagem de Entulhos da Construção Civil e o material produzido é utilizado na recuperação de estradas municipais sem pavimentação. O gerenciamento desta usina é feito pelo Dermurb. [Tel.: (016) 624-4959.]
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Fundada em 1997, a Usina de Reciclagem de Entulhos foi desativada há cerca de um ano (junho de 1998), com previsão de reabertura em agosto de 1999. Chegou a receber até 10 caminhões/dia, com um total aproximado de 60 toneladas de entulho misto. A taxa de processamento de entulhos na Usina chegou a 30%, utilizados em áreas rurais sem pavimentação (apenas uma pequena parcela era de entulho "limpo", utilizado na produção de tijolos e blocos). O gerenciamento é feito pela Secretaria de Serviços Municipais da Prefeitura Municipal de São José dos Campos. [Tel: (12) 345-9500/345-9533 - R. Machado Sidney, 145 - CEP 12245-850]
SITES NA INTERNET SOBRE O ASSUNTO
http://www.guiabc.com.br/materias32/entulho.htm
http://www.dctm.eng.ufba.br
http://www.highnet.com.br/casareciclagem
http://www.cempre.org.br/informa/marco98tecnicas.htm
Matéria publicada no Informativo Recicloteca Nº9 - abril, maio e junho de 1999

Borracha e o Pneu
Entulho

Maioria dos resíduos da construção civil não são aproveitados

Quatro milhões de toneladas de entulho ficam por reciclar RITA CARVALHO

Maioria dos resíduos da construção civil não são aproveitados
O entulho não é reciclado em Portugal, ao contrário do que se faz lá fora. Os 4,4 milhões de toneladas de resíduos que, em 2004, um estudo do Instituto Superior Técnico estimou serem gerados pela construção civil todos os anos, podiam ser reutilizados como matéria-prima noutras obras, em pavimentos ou na requalificação de pedreiras. Mas quase nunca são aproveitados. Vão parar aos aterros, misturados com outros resíduos, ou são abandonados. E quando se juntam a materiais como óleos ou amianto, podem tornar-se uma ameaça para o ambiente e a saúde.Apesar de serem facilmente reutilizáveis e recicláveis, cerca de 95% destes resíduos de construção e demolição não têm uma gestão correcta, estima a Quercus. O que faz com que mais de quatro milhões não cheguem sequer a ser reciclados. São colocados nos contentores das obras para serem transportados por operadores não licenciados que lhes retiram apenas alguns materiais, como vidro ou metal, antes de os despejarem em locais desadequados; são enterrados nos aterros de resíduos urbanos, esgotando o tempo de vida desses aterros, alguns já a rebentar pelas costuras; ou são, simplesmente, abandonados em terrenos baldios.Algumas câmaras exigem saber o destino dado pelos promotores aos resíduos das demolições que autorizam. "Mas isto é raro acontecer. Na maioria dos casos não há controlo", afirma Pedro Carteiro, da Quercus.Esta gestão desregrada - agudizada pela falta de legislação específica (ver texto ao lado) - tem impacto na paisagem, mas também no ambiente e na saúde, uma vez que no meio deste lixo aparece quase tudo. Entre areia, pedra, madeira, tijolos e betão não é raro surgirem lixos perigosos como lâmpadas ou óleos.Obstrução da drenagem urbana, provocando risco de enchentes, proliferação de espécies indesejáveis, como ratos e baratas, que podem actuar como vectores de doenças e esgotamento prematuro de fontes de matérias primas não renováveis são apenas alguns problemas que podem advir desta gestão incorrecta.Reutilizar e não eliminarO Instituto dos Resíduos (INR) reconhece as ilegalidades, mas acredita que já não são a regra e, cada vez mais, a excepção. Até porque a fiscalização foi apertada e, hoje, é mais difícil passar impune. Ao DN, Filomena Lobo, do INR, lembrou ainda que já há operadores licenciados a reutilizar os resíduos de construção e demolição. "Apesar de ainda não ter sido aprovada a legislação, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) definiu características para a reincorporação destes materiais reciclados. E já há muitas empresas a aderir." Uma forma de voltar a aplicar os materiais, valorizando-os, sem pôr em causa a segurança das fundações e infra-estruturas.Mas quem opera no sector e já tritura resíduos para os transformar em matéria prima, lamenta que ainda não haja um mercado de recicláveis. "Há reticências em comprar este material. O LNEC comprova que é de boa qualidade, mas as pessoas ainda preferem o novo. Em algumas situações, usar material novo quando se pode usar resíduo é um crime ", afirmou João Miranda, responsável do parque de Setúbal da Ambitrena, operador de gestão.Enquanto o processo no nosso país segue ainda numa fase embrionária, há países, como a Dinamarca, onde a taxa de reciclagem chegava, em 2004, aos 89%. Para atingir estas metas, as empresas foram obrigadas a triar os resíduos logo na origem. Os custos de os enviar para aterro ou incinerar subiram e a extracção de materiais naturais encareceu. Os operadores não tiveram outra alternativa senão colaborar. Essencialmente, porque não o fazer saía muito caro.Uma realidade desconhecidaOutro problema que dificulta a gestão deste fluxo de resíduos é o desconhecimento da realidade. Em Portugal não há registo da quantidade de entulho produzido, nem da sua origem ou do destino que lhe é dado.Um estudo elaborado por dois alunos de Engenharia do Ambiente do Instituto Superior Técnico estimou que, anualmente, se produzam 4,4 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição. A estimativa foi feita tendo em conta o entulho produzido por cada metro cúbico demolido (de acordo com dados europeus) e as previsões de obras realizadas, explica ao DN João Veiga, um dos autores do estudo, ressalvando que este data de 2004.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007